Pais recebem orientações sobre combate à violência digital contra crianças
São Paulo - SP - Em ação
realizada nesta terça-feira (13/06/2023) no Terminal do Metrô Jabaquara, em São
Paulo, pais, mães e responsáveis por crianças e adolescentes receberam
orientação de especialistas para combater a violência digital contra os jovens.
A iniciativa é parte da 2ª Semana de Conscientização e Mobilização em Prol do
Desenvolvimento Saudável e de Prevenção e Combate à Violência contra Crianças e
Adolescentes, que vai até sexta-feira (16/06/23), na capital paulista.
Denominado “Infância, Eu
Abraço”, o mutirão interprofissional distribuiu balões coloridos para as
crianças e rosas brancas simbolizando a paz, às mães, aos pais e responsáveis,
enquanto especialistas prestaram orientação e entregaram cartilhas sobre os
direitos das crianças e educadores falaram sobre os cuidados indispensáveis ao
adequado acompanhamento de crianças e adolescentes quando da navegação em redes
sociais e demais plataformas digitais.
Além disso, um grupo de
“palhaços da informação” fez performances chamando a atenção para os riscos que
se escondem por trás das plataformas digitais e, cada vez com maior frequência,
ganham espaço no noticiário policial, por atentados em escolas, preparação de
sequestros, pedofilia e cyberbullying, entre outros.
A ação foi organizada pela
organização não governamental (ONG) Instituto Olinto Marques de Paulo, em
parceria com a Sociedade de Pediatria de São Paulo e com apoio de instituições
da sociedade civil e de entidades médicas, como a Academia Brasileira de
Neurologia, a Sociedade Brasileira de Pediatria, a Sociedade Brasileira de
Medicina de Família e Comunidade e a Associação Paulista de Medicina, entre
outras.
Segundo a coordenadora do
Instituto Olinto Marques de Paulo, Sara Assis, no ano passado, a Câmara
Municipal de São Paulo aprovou o Projeto de Lei (PL) 17.738/2022, que altera a
Lei nº 14.485, de 19 de julho de 2007, incluindo no Calendário de Eventos da
Cidade de São Paulo a Semana Municipal de Conscientização e Mobilização em Prol
do Desenvolvimento Saudável e da Prevenção e Combate à Violência contra
Crianças e Adolescentes”, a ser celebrada anualmente na segunda semana de junho.
A ideia da campanha,
sugerida pelo IOMP, é propagar atividades pela cidade que incentivem o
conhecimento sobre as melhores formas de prevenir a violência contra a criança
e o adolescente. Isso inclui a compreensão dos canais de interlocução e
reconhecimento de situações de maus-tratos e negligência. Tais práticas não
podem passar despercebidas e cabe à sociedade, como um todo, se responsabilizar
por combatê-las, diz a ONG.
“Aqui no terminal estamos
trazendo a violência do ponto de vista digital. É a internet, nem como vilã,
nem como mocinha, mas como uma ferramenta que pode ser bem ou mal utilizada,
porque, ao mesmo tempo que facilita a comunicação, a educação, a democracia,
esconde crimes. Então, a ideia hoje é mostrar ao pai que ele tem que estar
atento ao que os filhos estão vendo na internet, colocar algum um filtro de
conteúdo e estabelecer limite de tempo”, afirmou Sara.
Segundo a pesquisa TIC Kids
Online Brasil, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), de agosto de
2022, 93% das crianças e adolescentes do país entre 9 e 17 anos estão
conectadas. São cerca de 22,3 milhões de pessoas. Outro levantamento, divulgado
em maio de 2023 pelo CCGI.br em parceria com a Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), revela que 43% dos jovens
dessa faixa etária não sabem checar se uma informação é falsa.
Segundo o diretor da
Associação Paulista de Medicina e membro da Sociedade de Pediatria de São
Paulo, Marun David Cury, a participação dos médicos na campanha é extremamente
importante, porque uma das preocupações dos pediatras deve ser com o
desenvolvimento emocional das crianças, que “deve ser o melhor possível para
que elas se tornem cidadãos saudáveis física e mentalmente”.
Para Marun, as famílias deve
ser responsáveis pelo uso dos aparelhos que dão às crianças acesso à internet,
estabelecendo limites. “O primeiro passo é verificar se a acriança tem condição
e maturidade para isso. A criança tem que usar eventualmente a internet para
buscar conteúdos, complementação da educação escolar. Isso tem que ser muito
vigiado porque a internet oferece uma série de sites que podem trazer
informações violentas, violência física, sexual, uso de drogas e assim por
diante.”
Parte da ação do Instituto
Olinto Marques de Paulo é a disponibilização de duas cartilhas digitais com
orientações aos pais e responsáveis sobre proteção à infância e à adolescência,
inclusive no ambiente virtual. Para conhecer a campanha na íntegra basta
acessar o site do instituto.
---
Fonte e foto: Agência Brasil